Poemas
Poemas de REMISSON

miércoles, 5 de noviembre de 2008



Varios poemas del poeta brasileiro

Remisson Aniceto

de Sao Paulo-Brasil.
.

http://remissonaniceto.bligoo.com/









Poema furtivo




O poeta ao falar de si fala dos outros,

que cada um tem um quê do outro.

Tudo é como se fosse um amarrio de cordas

seguidas, compassadas, continuadas.

O poeta ao falar dos outros fala de si,

que cada um outro tem um quê de nós,

cada um vive a vida alheia sem saber

e morre na morte do outro.

Cada poema é impessoal, é de todos,

ainda que impregnado de evidências da mão.

O meu seu poema dele não existe.








  
Estrela


Minha amada,
tu és como as estrelas,
seixos soltos no espaço,
fragmentos pentangulares brilhantes
vagalumeando minhas retinas.
Minha flor,
tu és como as estrelas,
vagas, distantes, quase inatingíveis,
mas reais!
Minha rosa,
tu és como as estrelas,
pingentes de ouro
no colar de safiras do céu.
És como pluma,
algodão que o vento leva.
Meu anjo,
tu és como as estrelas,
sonho meu de ser
o sol, a lua, o céu...










Para ver-te




Estás inteira dentro em mim.
Basta para tanto um pensamento.
A ilusão da esperança faz-me viver:
a mentira bem contada satisfaz...
Não te vejo há muito, há muito
e muito tempo...
Talvez nunca te tenha visto,
mas minha mente diz o contrário,
insiste com argumentos que a razão
não ousa combater.
Não é preciso que estejas aqui...
O vento acaricia com mãos invisíveis
e és parte dele, atravessando as frinchas,
sussurrando delícias aos meus ouvidos.
Não é preciso que estejas aqui, não...
Para que eu te veja, bastam-me
os olhos do pensamento...









Divergências



Sendo o beijo sutileza,
o teu beijo já não sinto,
pois ao beijar-te pressinto
que em meus lábios outro beijas...

Se me imploras abraçar-te
e em meus braços te enlaço,
tudo é vão, pois o abraço
não é meu: 'stou noutra parte...

Eis tu, muda; eis-me mudo
na solidão da noite calada.
Sabes que para mim já não és tudo;
sei que para ti também sou nada...










Nostalgia




Helena? Helena? Onde 'stás agora?
Apesar do pouco tempo da partida,
a lembrança me castiga, faz ferida
e a tristeza solidária me namora.

Onda calma de sono me invade
quando oscilo sobre a rede no quintal.
Teus beijos... teus abraços... teu rosto divinal...
que saudade, Helena! Que saudade!

Tremor vago o meu corpo já domina,
ao sentir que a bela fantasia
s´esvaece logo que o sonho termina.

E quem entende a minha dor, o meu desgosto
e a escassez que há em mim de alegria,
é o zéfiro que banha o meu rosto.

  








Súplica





Reza por mim, amor.
Reza por mim
e não serei um mero grão disperso,
e não serei um anel de Saturno
desgarrado, solto no espaço-tempo
da Eternidade.
Que aqui tudo é mistério,
tudo é descoberta,
há outro sentido,
outro conceito de Existência.
Aqui não há espera,
só a lembrança fugaz,
só a vaga imagem do teu rosto
na moldura do Infinito.
Não te deixei, amor,
roubaram-me de ti,
despejando-me no vácuo do tempo.
Reza por mim,
fumaça disforme ora diluída,
ora rejuntada,
assumindo formas várias e inúteis,
bailando aos dissabores
da inconsciência.
Reza por mim, amor.
Imagina-me como um lago
de águas puras, serenas,
e assim hei de ser
para matar minha sede
de ti.










Áurea




Faço poemas
em versos negros
e versos brancos
para que todo poema
seja livre.










Mente insana





Bebi da água da imortal nascente
e tal qual ela me tornei:
borbulhante, límpido, uma semente.
Da torrente do que fui mais nada sei.

Refiz a capa, reescrevi o livro todo
da vida. Passaram-se anos, séc'los talvez...
O que de mais sério havia foi engodo
desta mente que perdeu a sensatez.

Fiz-me deus sem querer. De aprendiz,
hoje tenho a verdade e sou a glória.
Quem crer em mim - deus! - será feliz.

"A mentira dos poetas a tudo contamina",
diz Borges em "O Imortal". Serei história?
Real ou fantástico, a mente é quem determina.











O Amante






Finda o dia e já 'scurece...
Horas vespertinas em que divago
no meu leito inda sem flores.
Estou lúcido e tu me apareces.
Espera! que a dor não trago
e ainda há dia em minha vida.
Minha mente está caduca
e vazio é o saco escrotal das minhas palavras.
Quisera ejaculá-las todas, aos borbotões,
em tua página vermelha e negra...
Ah! Se não fosses infecunda!
Transformar-te-ias com a maternidade.
Reagirei, ó Dona Morte, Viúva Triste, Mulher Fatal!
E incutirei em tuas veias os versos deste poema,
marcapasso do meu coração.
Desposaste Mallarmé, Camões, Bilac...
Não te contentas?
A mim, hás de ler-me vivo!
Ninguém é totalmente insensível à Poesia.
Assim, absorta em ouvir-me, enamorada,
amar-te-ei ao ocaso e, antes que anoiteça,
tendo-te aos meus pés, exausta e subjugada,
de posse do teu segredo e em prol da Vida,
matar-te-ei, ó Dona Morte!












Os dançarinos





Melancólica e sonolenta, eis a Lua,
Flutuando sobre as águas do oceano.
Alheio a tudo, imerso na noite e no mundo
Meu pensar também vaga neste plano.

Ei-la, imagem erradia na pista do mar,
Entrando, dançando, bailando nas ondas vadias...
Minha imagem também entra, dança, baila
Embalada pela aquátil melodia.

Qual casal de dançarinos da esperança,
Vestidos de amor e de alegria
Deslizamos sobre as águas nessa dança.

Já desperta e alvacenta, eis a Lua,
Causadora dessa bela fantasia
Que nos tira do real e nos flutua.


*


Remisson Aniceto
Sao Paulo-Brasil

10 de Noviembre de 2008





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